[TRAD] JYJ personifica a visão de agência executiva (11.10.12)

JYJ se apresenta para 4 mil fãs no Teatro Caupolican, em Santiago,
Chile, em 9 de março. Providenciado pela C-JeS Entertainment

As agências de entretenimento geralmente não são estabelecidas para salvar outros artistas "desistentes", especialmente aqueles considerados "rebeldes" por suas empresas anteriores. Mas isso é exatamente como a C-JeS Entertainment começou em dezembro de 2009.

E o trio JYJ está aliviado por isso ter acontecido.

"Quando eu conheci os meninos, eu gostava deles como seres humanos", diz o CEO Baek Chang-ju.

Ele, então, disse aos três membros do grupo, que por causa de seu rompimento com a sua antiga agência, eles teriam que "começar de novo".

"Eu disse a eles que eles deviam ter uma mentalidade de começar do zero, como novatos, e que eles nunca deveriam pensar em começar de onde eles estavam, em termos de popularidade", diz Baek.

O plano de Baek era reconstruir a base de fãs do trio do zero, enquanto, ao mesmo tempo, levar JYJ em uma nova direção, comercializando os membros como artistas individuais, também.

Baek se lembra de quando conheceu Kim Jaejoong, Park Yoochun e Kim Junsu como "o pior momento para JYJ".

Em meados de 2009, os três membros do TVXQ que formaram JYJ entraram com uma ação contra a sua agência, a SM Entertainment, argumentando que o seu contrato de 13 anos, a estrutura de seus contratos de exclusividade e sua distribuição de lucro eram "unilateralmente desvantajosos".

Uma bênção disfarçada

Apesar de o tribunal afirmar seu direito de forma independente para se envolver em atividades de entretenimento e conceder uma liminar suspendendo o contrato de JYJ com a SM Entertainment em 2009, o trio perdeu o apoio de suas redes profissionais e não tinham experiência de gestão para ficarem por conta própria.

Em seguida, eles se encontraram Baek, um veterano da indústria de entretenimento, e a C-JeS Entertainment nasceu.

Com uma nova sede, o grupo partiu para enfrentar sua primeira tarefa: lançar um álbum de estreia em inglês, o primeiro grupo KPOP a fazê-lo.

Desde então, JYJ está no Guinness Book of World Records por ter o maior fã clube.

O grupo tem colaborado com artistas como Kanye West e Rodney "Darkchild" Jerkins.

E a estratégia inicial de Baek tem funcionado com perfeição, com os três membros fazendo sucesso, tanto como indivíduos quanto juntos como JYJ.

Ao invés de simplesmente metê-los em atuações quando tivessem tempo, os meninos têm trabalhado duro para se estabelecerem como artistas credíveis em uma variedade de gêneros.

Kim Jaejoong tem o maior número de fãs entre todos os cantores de KPOP. Só este ano, ele foi para a China, Japão e Turquia, atraindo milhares de pessoas ansiosas para conseguir um vislumbre de um terço do ato Hallyu.

Pouco antes de seu filme Code Name: JACKAL ser lançado, Kim foi eleito o homem vivo mais sexy por seus fãs na América do Sul, o levando a uma outra turnê asiática até o final do próximo mês.

Enquanto isso, Park Yoochun fez uma transição bem sucedida da cantor para ator. Tendo feito sua estreia no drama Sung Kyun Kwan Scandal (2010), este ano ele foi premiado por estar em Rooftop Prince, assumindo o papel de dois personagens - um princípe da Dinastia Joseon e um empresário moderno. Como resultado, ele foi homenageado pelo Paeksang Arts Awards.

O terceiro membro do grupo, Kim Junsu, estrelou o musical Mozart (2011) e Elizabeth, e lançou um álbum solo - Tarantellegra - em maio.

Sua rede profissional limitada na Coreia foi a principal razão para unir forças com a Warner Music, nos Estados Unidos, um lance improvável e fortuito, em 2010.

"Foi uma bênção disfarçada, realmente", diz Baek.

Sobre esse tempo, o YouTube realmente decolou de acordo com a agência, e com o meio interativo, o álbum foi um enorme sucesso com os fãs de KPOP no mundo inteiro.

Na Coreia do Sul, mais de 450 mil cópias do álbum foram pedidas antes de seu lançamento. E nos Estados Unidos, a Billboard classificou-o como o 5º álbum mais esperado do ano.

Os pesos pesados da música West e Jerkins promoveram o grupo dizendo que a colaboração foi "o resultado mais significativo dentre as nossas colaborações com artistas asiáticos".

Como JYJ trabalhou para ampliar sua base para além das fronteiras da Coreia, eles se  encontraram com o mesmo sucesso em outras regiões. Tornaram-se o primeiro grupo coreano a receber um total de 210 mil pessoas em uma turnê mundial realizada em em 15 cidades na Europa e na América do Sul e do Norte, no ano passado.

"Muitos artistas e agências KPOP têm medo de se aventurar em novos campos, porque você realmente tem que provar a sua credibilidade para os organizadores locais, o que pode ser caro", Baek diz.

Mas não demorou muito para que o grupo soubesse o que iria pagar. "Quando os meninos desembarcaram no Peru, foi insano", diz Monica Lee, gerente de relações públicas da C-JeS. Mais de 3 mil fãs estavam no aeroporto para recebê-los, com um adicional de 1mil que estavam do lado de fora do hotel do trio.

Da esquerda: Kim Jaejoong em Dr. Jin; Park Yoochun em Rooftop Prince

Construção de credibilidade

Como JYJ pareceu recuperar seu pé como um grupo KPOP, o objetivo - conforme aprovado pelo CEO - foi a de construir uma marca credível, que não era nem barato nem fácil.

"Com toda a imprensa ruim por de trás deles, nós trabalhamos para a criação de uma imagem autêntica", diz Baek.

Quando o show do grupo nos Estados Unidos foi cancelado devido a problemas com o visto, a agência ofereceu reembolso total e depois realizou um show gratuito mais tarde.

"Custou 1,5 bilhões de won [1,3 milhões de dólares], mas para provar para os fãs que o grupo levava sua base de fãs a sério, decidimos fazê-lo", diz Baek.

"Mais importante, nós não queremos perder a credibilidade como artistas nos EUA."

Enquanto a maioria das agências não pode reagir desta forma, a decisão da C-JeS traz de volta o mantra de Baek de que o grupo está nisso a longo prazo. Promotores americanos e membros da indústria tomaram nota.

O movimento ousado ganhou mais fãs para JYJ e abriu o caminho para JYJ aproveitar a rede dos EUA.

"Houve uma conversa entre o elenco e a equipe que JYJ eram profissionais." Sem dúvida, esse gesto e adereços resultantes vieram a calhar quando Kim Junsu gravou seu álbum solo e gravou o MV em Hollywood este ano.

Como pioneiros na criação e distribuição de conteúdo, a C-JeS mantém um rígido controle sobre a reputação do trio, trabalhando com seu procurador, Sejong, para monitorar imagens do grupo para que nenhuma imagem possa ser utilizada sem o seu consentimento.

E por causa de seu apego à marca ou a imagem, o grupo se tornou um "grupo fazedor de marketing".

"De certa forma, quanto menos o grupo aparece na TV, mais as empresas querem que eles apareçam em comerciais", diz Lee, que supervisiona as atividades de mídia. "Porque foi muito difícil para o grupo conseguir um vislumbre na TV e em revistas, através de alguns aspectos, reforçou sua credibilidade aos anunciantes."

Atualmente, o grupo tem contratos de grupo e individual para promover cosméticos, produtos farmacêuticos, jogos de vídeogame,  lojas duty free e produtos de IT.

Kim Junsu no musical Elisabeth

Tornando-se "multiplayers"

"Eu já defendi, desde o início, que em tempos de mudança, artistas precisam ser versáteis e colocar sua mão em tudo, e sempre disse aos meninos para experimentarem coisas diferentes", disse Baek, que recomendou atuação para Kim Jaejoong e Park Yoochun e musicais para Kim Junsu.

"Não é realmente mais suficiente fazer DVDs de shows", explica Baek.

Ele enfatiza que, no ambiente fluido de KPOP, a C-JeS existe para preencher o nicho de ser um "fornecedor de conteúdo".

O chefe da agência diz que ele passa muito tempo conversando com o talento para dar-lhes liberdade para explorarem novos conceitos.

Das muitas coisas que falaram, uma foi sobre desenterrar futuros talentos, e no mês passado na sede em Los Angeles, uma audição foi realizada.

"Mas para onde se irá a partir daqui, vamos levar isso constantemente", diz Lee, acrescentando que a agência não está interessada em produzir um grupo ídolo após o outro.

No entanto, se a C-JeS decide estar mais ativa na fabricação de novos grupos, ela certamente tem todas as facilidades, uma das vantagens da criação de uma empresa de apenas um grupo.

Por enquanto, a agência tem cerca de 40 funcionários que têm orgulho de chamar JYJ seu ato principal e fonte de renda. De certa forma, a C-JeS acredita que estejam liderando o caminho de um grupo que tornou-se um modelo para uma "forma evoluída de grupo ídolo", passando por coisas maiores e melhores.

Fan service como nenhum outro

Junto com seu controle de qualidade excepcional, a C-JeS entende a importância de tratar bem os fãs.

Em junho,o trio realizou um evento de fãs intitulado Membership Week, a um custo de cerca de 3,7 bilhões de won, segundo a agência.

Mais de 7 mil japoneses foram à cidade para o Membership Week, que atraiu 22 mil fãs, do dia 28 de junho à 1º de julho.

"Poderíamos ter usado um pouco do espaço para publicidade, mas nós só queríamos que os fãs a experimentassem JYJ e só JYJ", explica Lee, que diz que a agência está sempre planejando um novo tipo de "fan service".

"De certa forma, o grupo é a cara da Coreia para muitos fãs de KPOP no exterior", diz Lee. Muitas pessoas têm comentado que muitos fãs sul americanos, em particular, dizem que sentem afinidade para com a Coreia por causa de JYJ.

Como "multiplayers", o grupo atrai não só os fãs de KPOP, mas também os de KDRAMAS, que tendem a ser mais velhos.

Retornar vem naturalmente para os membros do trio, que sempre ajudaram instituições de caridade em todo o mundo, muitas vezes como uma forma de agradecer aos fãs.

Desde o início, Baek e os meninos decidiram que quanto mais o grupo ganhasse, mais se daria.

Kim Junsu, em particular, estabeleceu uma escola em Camboja, no ano passado.

Fonte: Korea Joongang Daily
Créditos: JYJ3+CrazyLoveTVXQ
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